Recentemente, tive acesso à última pesquisa da Fecomercio, em que demostra que os juros cobrados pelo sistema financeiro continuam historicamente elevados. Embora o cenário não seja promissor para a tomada de crédito, muitos empresários – talvez esse seja o seu caso – têm recorrido a essa opção para manter os compromissos já assumidos.
Nessa análise por modalidade, o desconto de duplicatas registrou taxa média de 23,6% ao ano (a.a.), pouco acima dos 23,2% vistos no mês anterior – e superior aos 18,7% de um ano atrás.
Essa opção de crédito é importante para antecipar o fluxo de caixa, ou seja, a partir da venda de um produto ou serviço, é possível obter o recurso de forma imediata, mas pagando juros elevados. Apesar disso, segundo o Banco Central (Bacen), houve crescimento de 24% nas concessões do produto em um ano.
Saibam que a pesquisa apontou que ao longo do primeiro semestre, muitas empresas também entraram no cheque especial, um acréscimo no volume financeiro de concessões de 42% em um ano. Essa modalidade apresenta um alto risco, uma vez que a sua taxa média está em 213,3% a.a., próximo ao registrado há um ano, de 204,2%. Em bancos tradicionais, como Bradesco e Santander, a taxa média atinge 427,6% e 400,3% a.a., respectivamente.
O levantamento mensal ainda destaca que a antecipação de faturas de cartão de crédito apontou um ligeiro aumento mensal: de 22,1% para 23,3%.
Por fim, o crédito de capital de giro com prazo de até 365 dias está sendo ofertado pelo sistema financeiro por 31,3% a.a., em média. Valor muito parecido com o visto no mesmo período do ano passado (31,2%).
Olhando os dados podemos pensar que diante da expectativa de elevação da taxa básica de juros (Selic), vejo a necessidade de o empresário negociar com a instituição financeira, que busque alternativas viáveis para não gerar prejuízos ao fluxo de caixa.
Uma sugestão é trocar o cheque especial pelo capital de giro. Além de adotar práticas que possam dar mais liquidez, como descontos em pagamentos à vista, sobretudo, no PIX. Dessa forma, a empresa recebe o dinheiro sem cobranças, evitando juros e tendo mais condições de controlar as contas.
O momento é difícil, mas com análise fria dos números e com planejamento estratégico, todos podem retornar aos resultados positivos de outrora.
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