Recentemente, tive acesso a uma informação da FecomercioSP que me surpreendeu. No último dia 5 de julho, o PIX bateu recorde de transações, com 224 milhões de transferências entre contas bancárias, segundo dados do Banco Central. Com o aumento no volume de transações, cresce também a possibilidade de erros, golpes e fraudes, além dos criminosos também se aproveitarem para desenvolver novos métodos para prática desse crime de ordem financeira.
Um exemplo é o golpe do PIX errado, que funciona da seguinte maneira: inicialmente, os fraudadores realizam uma transferência para a conta da potencial vítima. Como uma das chaves PIX é o número de celular, é relativamente fácil para os golpistas obterem um número e realizarem a transferência. Em seguida, entram em contato com a vítima, geralmente, via WhatsApp, alegando que a transferência foi feita por engano e solicitam a devolução do dinheiro para uma conta diferente da que fez a transferência inicial.
Quando a vítima devolve o dinheiro, os golpistas acionam o Mecanismo Especial de Devolução (MED), alegando fraude. Os bancos envolvidos, ao analisarem a situação, percebem a triangulação (transferência recebida seguida de transferência para uma terceira conta) como típica de um golpe. Assim, o dinheiro é retirado da conta da vítima, resultando em um duplo prejuízo.
O Mecanismo Especial de Devolução (MED) foi criado para facilitar a devolução de valores em casos de fraudes, aumentando as chances de a vítima reaver seus recursos. No entanto, os criminosos utilizam esse procedimento de forma maliciosa, alegando que foram enganados pela pessoa que, na verdade, é a vítima. Com a análise das transações, os bancos entendem a movimentação como suspeita e forçam a retirada do dinheiro da conta da vítima.
Há uma série de cuidados que podem ser tomados para evitar cair nesse tipo de golpe. Confira algumas dicas:
- Verificação de identidade: antes de devolver qualquer valor, é importante verificar a identidade da pessoa que fez o contato. Se possível, entre em contato diretamente com o banco ou com a instituição financeira para confirmar a transação;
- Utilize a função “Devolver”: ao receber um PIX por engano, utilize sempre a função “devolver” no aplicativo do banco. Essa função garante que o valor seja estornado para a conta original de onde veio a transferência, desconfigurando qualquer tentativa de fraude;
- Desconfie de solicitações de devolução para contas diferentes: nunca devolva dinheiro para uma conta diferente da que fez a transferência inicial. Esse é um dos principais sinais de que você pode estar sendo vítima de um golpe;
- Educação financeira: manter-se informado sobre os diversos tipos de golpes financeiros é fundamental. Participar de programas de educação financeira pode ajudar a reconhecer e evitar a ocorrência dessas fraudes;
- Alertar amigos e familiares: compartilhar informações sobre golpes e como se proteger pode ajudar a reduzir o número de vítimas. Muitas vezes, pessoas próximas podem não estar cientes dos riscos e das medidas preventivas.
É importante ressaltar que as instituições financeiras estão constantemente aprimorando seus sistemas de segurança para detectar e prevenir fraudes. No entanto, a conscientização e a vigilância dos usuários são essenciais para complementar essas medidas e garantir a segurança das transações. Vamos ficar atentos!
Boa semana a todos e fiquem com Deus!